ED6 | de 12 à 18 de junho | 2011

EDITORIAL
Por Cristiano de Oliveira - cristiano@betimcultural.com
Nanananão!!!! "EDITORIAL: POR KILL!"

Olá caro internauta e leitor nas horas vagas. Se você lê a Revista Betim Cultural então me conhece! Nasci em 1994 aparecendo nas orelhas dos estudiosos colegas de sala do Cristiano e sempre em desenhos bem mal feitos a caneta esferográfica, mas isso nunca me incomodou, cresci com essas desavenças!

Hoje estou aqui na RBC Semanal, na verdade o Cristiano tirou uma soneca que mais parecia uma hibernação devido a seus roncos de urso e tudo mais e aproveitei para salvar-lhe a vida escrevendo esse editorial. Olha... não sei porque ele reclama tanto, tão fácil escrever... e... do que falava mesmo?? ah... sim. apresento-lhes na AGENDA um grande projeto chamado TEIA CULTURAL que abranje diversos estados inclusive Minas e Sampa, vale a pena conferir!

No ESPAÇO ABERTO VIRTUAL uma carta pra lá de UAU da Carol Lara (esse Adão só apronta). O meu amigo Thiago Rangel, o "Ranja" tá ligado? Mais uma vez aparecendo com uma bela crônica (Será que isso é cronico?).

E para a RBC em Sampa, descubra a história de Djanira, uma artista plástica nascida em Avaré e reconhecido no mundo. Bom, acho que você meu amigo leitor e não mais somente internauta, notará que estou aparecendo em uma pequena foto em cada cantinho, bem, tenho de aproveitar cada minuto de ronco do Cristiano e... opa, o urso acordou.. até a próxima semana!!!


CRÔNICAS DE RANGEL
O Lado B do Dia Dos Namorados
Thiago Rangel - rangel@betimcultural.com.br

Está se aproximando o dia dos namorados, para alguns a data mais esperada do ano, para outros a mais odiada. Durante semanas, eu pensei muito no que escreveria neste texto. Poderia escrever sobre a beleza do amor, podia exaltar os casais apaixonados, ou simplesmente, celebrar esta data com belas palavras. Mas ainda assim, estava inquieto, então, decidi fazer diferente.  Hoje vou escrever para os que estão em busca de um relacionamento, e que nesta data “triste”, estão em casa ‘P’ da vida, ignorando o dia como se fosse algo repugnante, se enterrando em chocolates para apagar o momento “deprê”, ouvindo Good times, ou simplesmente chorando pelos cantos... Eu falo para você que está solteiro e sonha com um amor eterno, que acredita existir, mas sabe que é necessário tempo. Para os que esperam pacientemente e engolem as frases venenosas: “Você está ficando pra titia”, ou “Pô filhão, ta encalhado, hein!” Quem já ouviu sabe na pele o que é...

Escrevo para você que precisa de cura, na verdade de um amor que cura. E se você acha que a sua situação está ruim, imagine os fiéis amigos que enfrentam as enormes filas em lojas nesta data, só para agradar um amigo (a), que precisa de sua ajuda para presentear o namorado(a). Para os homens que se sacrificam para conquistar uma garota e na maioria das vezes acabam levando um fora. Para quem perdeu seu grande amor e sem respostas hoje, estão juntando os cacos... Para aqueles que namoram e nessa data, por alguma circunstancia não estão ao lado da pessoa amada. (Existe solidão pior que a acompanhada?)

Para as mulheres que esperam por um amor como os das telas de cinema, das cenas das novelas, amor quase impossível.  Para os jovens que procuram a fórmula do amor, para aqueles que não se sentem tão jovens para recomeçar (como se para amar tivesse prazo de validade). Enfim, para você que tem perguntas dentro de si e que só o tempo pode responder.
Durante a construção deste texto, conversei com alguns amigos solteiros, sobre o que eles achavam do dia 12, e as respostas não foram as melhores...

Frases do tipo: “Namorar dá trabalho”, “Quem não namora, ama os cães” e “Namorar é coisa do passado” trouxeram um grande impacto a mim e percebi o quanto as pessoas estão sem esperança, desiludidas e frustradas.  Entendi a dor de alguns e avaliei que estar acompanhado é um presente, mas não é algo que se possa comprar em uma loja. É preciso sorte para encontrar a pessoa ideal, nas nossas medidas, dentro das nossas expectativas, dos nossos sonhos. Se é que essa pessoa existe! Será que ela não é fruto da nossa imaginação?

Mulheres: não esperem pelo príncipe encantado! Dizem até que existem alguns príncipes por aí, mas não são em nada encantados! Eles podem ter chulé, Cecê e mau-hálito... Homens: não é preciso ter ao lado a garota mais sexy e popular do bairro, beleza passa, corpo acaba.

As pessoas andam muito exigentes, será esse o motivo de estarem solteiras? Ou a culpa é da televisão, livros de autoajuda, sites de relacionamento e afins? Não posso encerrar este texto sem antes parabenizar os milhares de casais que enfrentam o dia a dia durante meses, anos e renunciam, cedem e sacrificam em nome da pessoa amada. Esta é à base de um relacionamento sólido. A minha opinião para você que vive sem medo, sem dúvidas, acreditando piamente na busca por um amor simples. Esperem, acreditem e confiem! Alguma recompensa há de ter.


ESPAÇO ABERTO VIRTUAL
Por carol lara - carolara2001@gmail.com

Esta é uma carta de carnaval, embora devesse fazer parte do meu “ensaio para a morte”, para todos os homens: Adão, escrever para você agora é como uma pequena morte para que possa se viver uma outra vida. Devo dizer que recuperei a sanidade - pois a insanidade metafísica é de ordem destrutiva – e que, acredite, eu nunca pude te amar e vejo que jamais te amei. 

Como poucos seres neste mundo, penso que a companhia do girassol pode ser mais satisfatória. Mas como todos neste mundo, cheguei a fazer o que geralmente se faz: fingir que ama para não ter que ficar sozinho. E a sua covardia me espanta. A sua comodidade me faz ver o quanto não posso te amar. Como amar alguém tão covarde?

Não podemos rebaixar assim um sonho que mereceria ser vivido e não sonhado. O amor não é o que pensamos que ele é. Medimos o amor em vantagens e desvantagens. E você fica medindo as mulheres que pensa que pode ter. Você não tem ninguém. Nem a mim e nem a sua namorada que pensa que é a única. Gostaria que dessa vez você tentasse medir o que não pode medir. Quem sabe, durante esse processo, você não descobre o quanto é ridículo.

Não tente medir a minha ira, minha decepção, meu desgosto, minha raiva. Já dizia um filósofo: a mulher é vingativa. É de sua natureza. Por mais que tentamos, não conseguimos jamais não sermos rancorosas quando rejeitadas. 

Não ouse mais mentir, não ouse mais tentar me dobrar como se eu fosse um mero guardanapo. Eu acabo, em menos de dois tempos, com tudo o que você pensa ser gentileza, delicadeza e sensibilidade. Eu sei ser tão má quanto eu gostaria de ser neste momento. Você terá que arranjar uma terceira mulher depois disso. Se conseguir. Posso deixar traumas e rastros. Meus pés sujos correrão durante toda a noite em seus pesadelos.
Não ouse me machucar, nunca mais. Não fale comigo. Não olhe para mim. Nem ao menos pense em mim. Um olhar vindo de você pode desencadear todo o meu furor alá velho testamento. Não se aproxime. Eu repudio, tenho repulsa de tudo o que somos, pois não somos nada juntos. Não somos porque jamais fomos. Nesta altura de minha carta, você deve estar arrepiado. É pouco. 

Quero seu coração pulando pela boca, quero suas lágrimas descendo. Quero que sintas enjôo ao pensar em mim. Assim você terá descoberto um pouco de mim, um pouco dos estragos que causou em minha alma, com meu consentimento. 

Pegue suas camisinhas nojentas e as jogue na lixeira da sua pseudoamada. Pegue a faixa de seus cabelos e a use para preparar sua forca. Dance a dança do ódio, meu caro. Vá ao inferno e me conte como é. Não se esqueça de detalhe algum.

Diz para mim como eu estava lá. Eu estava torturando você? Eu estava arrancando as tripas de Eva? Parecia-lhe um filme de terror? Ah, você nem imagina como pode ser a noiva de Jack. Você nunca imaginou, nunca lhe ocorreu que eu pudesse ser a madrasta de todos os estripadores e serial killers do mundo? Prepara-se para rir da sua existência. Que droga, isso virou mesmo literatura.


AGENDA

Agenda desta semana é sobre o projeto "TEIA CULTURAL". O Teia Cultural Minas é o boletim eletrônico da Representação Regional do Ministério da Cultura em Minas Gerais. Aqui divulgações de vários acontecimentos culturais neste mês de junho, confira:


12ª FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO DE BONECOS
A 12ª edição do Festival Internacional de Teatro de Bonecos (FITB) terá entre as atrações 18 espetáculos criados por 16 companhias, 1 intervenção, 1 Conferência e 1 Oficina de construção de Bonecos em escala humana. Este ano, a proposta é difundir a ideia de que Teatro de Bonecos é produzido também para o público adulto e não só para o público infantil.

Período: de 9 a 19 de junho de 2011
Informações para o público: Fone: (31) 3273-5960


EXPOSIÇÃO "O MUNDO CHEIRAVA A CASA" DE CAMILA OTTO

O BDMG Cultural convida para a abertura da exposição “O mundo cheirava a casa”, de Camila Otto. O mundo cheirava a casa trata de uma espécie de trauma, que leva à exploração de uma memória cultural, presente em todo ser humano na sua busca pela origem.

O retrato de família traz em si esta ânsia por recuperar um passado que nos foge, uma origem primordial que nos é negada compreender, por mais que nos esforcemos. Pois, quando miramos um retrato de família, mesmo que seja do outro, nos reconhecemos naquela imagem, que acaba sendo uma espécie de imagem de nós mesmos. Na série apresentada são explorados, poeticamente, diversos aspectos referentes a memórias de família e à memória cultural, de uma forma mais ampla.

Abertura no dia 08 de junho das 19 às 22horas.
A visitação será de 09 a 29 de junho de 10 às 18 horas.
ONDE: BDMG Cultural - Rua Bernardo Guimarães, 1600, BH - MG


RBC EM SÃO PAULO
DJANIRA PINTORA

"Nascida em Avaré no dia 20 de junho de 1914, Djanira da Motta e Silva é um dos maiores nomes da pintura nacional do século 20. Filha de pai de origem indígena e de mãe descendente de austríacos, passou parte da infância no interior de Santa Catarina. Jovem, trabalhou nos cafezais de Avaré antes de mudar-se para São Paulo no começo dos anos 30. Para curar-se de tuberculose, aos 25 anos foi para o Rio de Janeiro, onde aprendeu noções de arte com o pintor romeno Emeric Marcier. Dona de uma intuição criativa, sua pintura evoluiu porque ela passou a pintar cenas que mostram os costumes, paisagens e festas populares do Brasil. Fez sua primeira mostra no Rio em 1942. Apoiada pelo grande pintor Cândido Portinari foi para os EUA, expondo obras em Nova York. De volta ao Brasil, percorre o País pesquisando e pintando temas nacionais. Expôs em países da Europa e das Américas. Mulher de saúde frágil, sofreu 18 cirurgias, mas jamais desistiu de trabalhar. Primeira artista da América Latina a ter um quadro exposto no Museu de Arte Moderna do Vaticano, ela recebeu em 1972 comenda do Papa Paulo VI. Religiosa, adotou o hábito de leiga da Ordem Terceira Carmelita, com o nome de irmã Teresa do Amor Divino, pessoalmente escolhido. O caminho de Djanira - falecida em 31 de maio de 1979 - é tão amplo que sua obra pode ser considerada como uma crônica do Brasil. Por isso é considerada a mais autenticamente brasileira das nossas pintoras." (Gesiel Júnior)

Conheça mais sobre Djanira e suas obras através de sua página no facebook:
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