EDITORIAL
Cristiano de Oliveira - cristiano@betimcultural.com.br
Ideias e mais ideias estavam nesta semana fermentando minha cabeça, o pior é que quando me apanho a fazer algo que não seja exatamente o que iria fazer essas mesmas ideias somem!!
Desaparecem tal qual fumaça e ai fico a ver navios... isso acontece com todos né? Tomara que sim!!!
Bom, ainda sobre ideias, tenho algumas que incrementarão a RBC Semanal, talvez expandir a versão para mais algum território brasileiro, ou inserir algumas imagens para que cada texto tenha seu valor estético, sei lá...
Bom, ainda sobre ideias, tenho algumas que incrementarão a RBC Semanal, talvez expandir a versão para mais algum território brasileiro, ou inserir algumas imagens para que cada texto tenha seu valor estético, sei lá...
Só sei que na crônica de Thiago Rangel a ideia toma forma, assim, uma imagem de um mundo melhor. Nas agendas o futuro toma forma por quem os segue, pois assim clama a natureza.
Desejo a todos uma execelente leitura, e na próxima edição on-line da RBC espero rezarei para que essas "ideias fujonas" estejão comigo nesta oportuna façanha!
CRÔNICAS DO RANGEL
PROCURA-SE UM LUGAR
Thiago Rangel - rangel@betimcultural.com.br
Acordei pela manhã e como rotina liguei a TV para assistir ao telejornal matinal, que para minha surpresa anunciava a manchete “O mundo pede socorro”. A chamada espalhava tristeza, sangue, morte e dor. Sem me deixar levar pelas catástrofes pensei: “Ninguém merece começar o dia em meio ao caos e com tantas notícias ruins”. Liguei o rádio, sintonizei em uma emissora local e para minha agonia a apresentadora debatia o masacre da noite passada. Desamparado pelos veiculos de comunicação, fui tomar banho.
Debaixo do chuveiro enquanto abria o sabonete, comecei a criar na minha mente o mundo ideal. Imaginei como seria diferente se no mundo houvesse um lugar para descansar, sempre que estivéssemos cansados, irritados ou simplesmente precisassemos de maior qualidade de vida e lazer. Um lugar onde a verdade seria lei! Onde as pessoas não me influenciariam, onde os países não precisariam de guerra para conquistar e conquistar. Onde a ganância e o ego não seriam prioridades. Um lugar em que os jornais dariam a seguinte notícia “No Oriente Médio, a paz é quem governa”.
Frustrado me perguntei: - Onde está esse lugar?
A água esquentava queimando minha pele e fiz uma analogia entre o chuveiro e a água. Não é culpa do chuveiro que a água queime minha pele, nem da água por estar quente demais, mas, minha por não abrir devidamente o chuveiro.
Neste momento a ficha caiu, e percebi que o problema não está no mundo em si, o problema são as pessoas que habitam o mundo onde eu vivo, incluindo eu. Nesta hora lembrei que para que eu mude algo de qualquer tamanho ou proporção, a mudança precisa acontecer primeiro em mim, de dentro para fora. Enquanto esfregava os cabelos com shampoo, comecei a avaliar meus maiores defeitos e lá estavam eles, escondidos dentro de mim, onde a água do chuveiro não penetrava, e não podia apagar.
Peguei o condicionador, recurso que meus cabelos oleosos não precisam, mas lá estava eu colocando um pouquinho na mão, desobedendo a natureza e nesse gesto tão simples observei que a inconstância ainda me domina. Quando vejo corrupção, como anunciada naquele telejornal, minha fé se enfraquece e eu simplesmente dou as costas, completamente descrente com a mídia.
Alguns dos meus maiores sonhos já haviam se frustrado e outros estavam abortados. (Como se houvesse uma idade para deixar de sonhar). E eles ainda estavam comigo, dependendo de mim. Ao esfregar a bucha nos meus pés, percebi que aqueles pés poderiam promover mudanças com meus próximos passos, ao sair do banheiro.
Eu poderia fazer da minha história de vida, um sucesso! Da minha casa um lar estruturado, do meu local de trabalho um lugar de criatividade e conquistas! Foi exatamente aí que meu eu desceu pelo ralo, e junto com ele o orgulho e a vaidade. Saí daquele banho confiante, disposto a encarar meus problemas de frente, olhando para o alvo, disposto a mudar o meu lugar no mundo.
Naquela manhã entendi que no meu lugar fictício, quando se perde é que se ganha. E este lugar existe! Está dentro de nós, guardado. Afinal, não estamos aqui em vão.
ESPAÇO ABERTO VIRTUAL
UMA CARTA PARA LUIZ AMÉRICO
Autoria de Carol Lara / carolara2001@gmail.com
Para que você escreve? Seu temperamento é inescrupuloso. Eu disse que você é um erudito apenas porque você sempre quis ouvir isso, já que essa idéia (a de você ser erudito) seria, no mínimo, um absurdo. Você não passa de um coelhinho cobiçoso. Se alguém não representa muito no mundo bom da literatura considerada por você, você jamais menciona esse alguém em público, mesmo que o elogie às escondidas, como você sempre fez comigo. Se não lhe agradam, você esperneia. Se não lhe elogiam, você esperneia. Se não lhe assistem em seus maravilhosos espetáculos de tentáculos de rimas colossais, você também esperneia. Onde já se viu artista assim? Quer ser crítico, poeta e pensador; tudo ao mesmo tempo. E ainda quer ser artista. Devo lhe dizer, meu caro, que isso é impossível. Eu que já estou morta e sempre estive para todos a nossa volta; agora, ainda mais do que nunca, meu fantasma há de guiar você. Vejo de baixo para cima e de cima para baixo, ao mesmo tempo. Pessoas mortas tem essa vantagem em relação às vivas. Vivas no mundo editorial, vivas no mundo das instituições, vivas no mundo de Adorno.
Aquela sua última foi terrível: temer à opinião alheia. É isso: se achamos sempre que somos amados, exigimos sempre sermos amamos. Você não percebe que o que você faz pode ser odiado também? Isso não deveria ter tanta importância. Porque o que fazemos, no fim das contas, são coisas que apenas nos importam. Independentemente de sermos artistas, poetas, pensadores, críticos, médicos e psicólogos. Mesmo se fazemos bem. Tanto é que nem você mesmo consegue pensar sobre seu próprio dente. Precisa de um dentista para isso. Se o que você faz deve entrar para a história, há de se perguntar de qual história estamos falando. Talvez seja brigando e guerreando que se entra para a história; ou sendo mesmo um erudito. Como diz meu amigo Brando, companheiro de debates insignificantes, tem coisa que não dá para ignorar: como exigir da história aquilo que não entendemos dela? As pessoas continuam fazendo música pop, continuam representando em pintura, dança e teatro e continuam tentando negar ou afirmar alguma coisa que geralmente nem elas sabem do que se trata. Mas tanto faz. Discutir filosofia da arte é importante. Há textos, corpos e certas composições que ainda nos aproximam da vida. De fato, não posso falar do seu trabalho. Pois ele nunca me deu trabalho. Nunca me fez alegre. Sempre tanto fez. Posso falar de você e sua mania de querer ser poeta. Poeta não precisa dizer que é poeta. Ele simplesmente é poeta. Ele desenha poesia com a vida. Com sua própria vida. E outra: não me importo com o caminho que percorreu para chegar até aqui, pois não conheço esse seu “aqui”. O passado é uma necessidade inventada por homens fracos que anseiam por um futuro glorioso. O que você está fazendo agora? O que de maravilhoso tem para nos mostrar? Mostra seu corpo, mostra sua barriga. Quero ver você gemer. Aproveite e dê uma reboladinha. Você tem coragem de gemer para pelo menos um público de 30 pessoas? Pelo menos vai mostrar que está vivo porque está gemendo. Vivo porque gemo. Mas você só vive de boas impressões. Ninguém pode pensar nada sobre você que não seja o que você pensa que é bom. Gemer também é bom. Geme para você ver.
Autoria de Carol Lara / carolara2001@gmail.com
Para que você escreve? Seu temperamento é inescrupuloso. Eu disse que você é um erudito apenas porque você sempre quis ouvir isso, já que essa idéia (a de você ser erudito) seria, no mínimo, um absurdo. Você não passa de um coelhinho cobiçoso. Se alguém não representa muito no mundo bom da literatura considerada por você, você jamais menciona esse alguém em público, mesmo que o elogie às escondidas, como você sempre fez comigo. Se não lhe agradam, você esperneia. Se não lhe elogiam, você esperneia. Se não lhe assistem em seus maravilhosos espetáculos de tentáculos de rimas colossais, você também esperneia. Onde já se viu artista assim? Quer ser crítico, poeta e pensador; tudo ao mesmo tempo. E ainda quer ser artista. Devo lhe dizer, meu caro, que isso é impossível. Eu que já estou morta e sempre estive para todos a nossa volta; agora, ainda mais do que nunca, meu fantasma há de guiar você. Vejo de baixo para cima e de cima para baixo, ao mesmo tempo. Pessoas mortas tem essa vantagem em relação às vivas. Vivas no mundo editorial, vivas no mundo das instituições, vivas no mundo de Adorno.
Aquela sua última foi terrível: temer à opinião alheia. É isso: se achamos sempre que somos amados, exigimos sempre sermos amamos. Você não percebe que o que você faz pode ser odiado também? Isso não deveria ter tanta importância. Porque o que fazemos, no fim das contas, são coisas que apenas nos importam. Independentemente de sermos artistas, poetas, pensadores, críticos, médicos e psicólogos. Mesmo se fazemos bem. Tanto é que nem você mesmo consegue pensar sobre seu próprio dente. Precisa de um dentista para isso. Se o que você faz deve entrar para a história, há de se perguntar de qual história estamos falando. Talvez seja brigando e guerreando que se entra para a história; ou sendo mesmo um erudito. Como diz meu amigo Brando, companheiro de debates insignificantes, tem coisa que não dá para ignorar: como exigir da história aquilo que não entendemos dela? As pessoas continuam fazendo música pop, continuam representando em pintura, dança e teatro e continuam tentando negar ou afirmar alguma coisa que geralmente nem elas sabem do que se trata. Mas tanto faz. Discutir filosofia da arte é importante. Há textos, corpos e certas composições que ainda nos aproximam da vida. De fato, não posso falar do seu trabalho. Pois ele nunca me deu trabalho. Nunca me fez alegre. Sempre tanto fez. Posso falar de você e sua mania de querer ser poeta. Poeta não precisa dizer que é poeta. Ele simplesmente é poeta. Ele desenha poesia com a vida. Com sua própria vida. E outra: não me importo com o caminho que percorreu para chegar até aqui, pois não conheço esse seu “aqui”. O passado é uma necessidade inventada por homens fracos que anseiam por um futuro glorioso. O que você está fazendo agora? O que de maravilhoso tem para nos mostrar? Mostra seu corpo, mostra sua barriga. Quero ver você gemer. Aproveite e dê uma reboladinha. Você tem coragem de gemer para pelo menos um público de 30 pessoas? Pelo menos vai mostrar que está vivo porque está gemendo. Vivo porque gemo. Mas você só vive de boas impressões. Ninguém pode pensar nada sobre você que não seja o que você pensa que é bom. Gemer também é bom. Geme para você ver.
AGENDA
INCAS comemora Semana do Meio Ambiente
De 6 a 8 de junho acontece a Semana Comemorativa do Meio Ambiente do projeto Cidadania para o Presente, realizado pelo Instituto Casa Santa (INCAS). Durante três dias, as 120 crianças atendidas pelo projeto irão participar de atividades como oficina de plantio de mudas e de reciclagem, além de uma blitz no bairro Citrolândia, visando a conscientização ambiental dos moradores da região. No dia 8 também haverá o fechamento de uma rua para realização de atividades recreativas para os moradores da região.O
projeto Cidadania para o Presente conta com o apoio da Fiat Automóveis através do Programa Árvore da Vida – Parcerias.
Veja a programação:
6/6 - segunda-feira: oficina de plantio de mudas
7/6 - terça-feira: oficina de reciclagem
8/6 - quarta-feira: blitz educativa sobre o meio ambiente e rua de lazer na Rua Raimundo Correia, próximo a sede do INCAS- Atrações: cama elástica, piscina de bolas, futebol no sabão, jogos e brincadeiras.
Horário: 8h30 às 10h30 e 13h30 às 15h30
Local: Instituto Casa Santa (INCAS)
Rua Domingos Fernandes, 40 – Citrolândia – Betim, MG
Tel.: (31) 3596-1753
Prêmio Funarte de Arte Contemporânea
Até 12 de junho
Mostra de vídeos e vídeos-instalações: Sala de Jejum - Artista: Milena Travassos - Segunda à Sexta, das 10h às 18h - Entrada Franca.Local: Funarte MG - Rua Januária, 68, Floresta. BH/MG - (31) 3213.7112 funartemg@funarte.gov.br
RBC EM SÃO PAULO
Editais Programa de Ação Cultural
Em 2011, a partir de abril, serão publicados Editais em diversos segmentos culturais: do cinema ao circo, do teatro às culturas tradicionais e indígena, passando pela dança, as artes plásticas e novas mídias, o hip hop, a música e a literatura. Os interessados deverão consultar os Editais, que são publicados no Diário Oficial do Estado e separados por ano, logo abaixo.
Importante: Seguir atentamente as orientações do Edital, principalmente com relação aos prazos. Participe!
Programa de Ação Cultural
Secretaria de Estado da Cultura
Rua Mauá, 51 - Luz - CEP: 01028-900 - São Paulo - SP
Contatos:
(11) 2627-8268
(11) 2627-8145